30 agosto - 6 setembro ::: quinta da côca, gavião

apresentação pública > 5 setembro (sáb), 19h00
lotação limitada, entrada gratuita
como chegar à quinta da côca (de lisboa)?


Esta comédia passa-se na propriedade rural de Ranévskaia, na Rússia do final do século XIX. A família está praticamente falida e na iminência de perder a sua propriedade, um extraordinário cerejal, que acabará por ir a leilão. É ali que eles vivem há várias gerações.

A dona das terras, Liubov, retorna de Paris - após cinco anos longe da Rússia - para encontrar uma maneira de impedir o leilão. Porém, a formação que um aristocrata recebia não ensinou a Liubov, nem ao seu irmão Gáev, como lidar com problemas e dificuldades financeiras de qualquer espécie, fazendo com que a sua atitude perante a situação se limite a um jogo que vai da passividade ao pânico, sem qualquer acção concreta.

A única pessoa que aponta uma solução é Lopákhin, proprietário de terras que enriqueceu com o próprio trabalho. Filho de antigos escravos da família, Lopákhin tenta ajudar, mas a passividade aristocrática da família impede-a de escutar os seus conselhos.

Como é habitual nos textos de Tchékhov, existem vários outros personagens e situações que circulam em redor desta estrutura. Há Vária, a filha adoptada da família que tem uma noção mais clara da situação, mas também não sabe como agir, apenas aguardando passivamente e ironizando a possibilidade de tornar-se noiva do rico Lopákhin. Há Pétia, o estudante revolucionário que praticamente se entusiasma diante daquela derracado dos aristocratas, que ele vê como uma transformação social. Ánia, filha de Liubov, é o mais jovem membro da família. De formação aristocrática como a mãe e o tio, é ela talvez quem mais compreenda que algo precisa mudar e, ao longo da história, vai aceitando e adaptando-se aos novos tempos, compreendendo sua inevitabilidade.

Há ainda Duniacha, a empregada que sonha em ter a elegância de uma aristocrata, que se apaixona-se por Iacha, o serviçal que volta de Paris com Liubov agindo como um nobre, e Epikhódov, outro empregado que persegue a aceitação dos outros e o amor de Duniacha. Ainda entre os serviçais há a poderosa figura de Firss, um mordomo quase tão antigo quanto a casa e que anda pelo lugar balbuciando a saudade de um tempo de glórias que acabou.

Completando o rico elenco de tipos humanos, há Píchik, o proprietário de terras vizinhas, que também está em dificuldades financeiras e Charlotta, uma espécie de governanta não terá para onde ir se a herdade for vendida.